Temos presenciado em alguns projetos de fusão ou aquisição, um certo grau de frustração quanto aos resultados obtidos nas potenciais sinergias operacionais entre as empresas.
Certamente que existem muitos fatores determinantes para esses resultados, mas um deles é fundamental para iniciarmos com as expectativas adequadas e maximizarmos seus resultados ao longo do primeiro ano, que é o processo de “Operational Diligence” realizado simultaneamente ao processo de “Due Diligence” tradicional.
Esse modelo é uma proposta de mudança no “olhar” sobre a diligência tradicional de uma empresa, que muitas vezes é realizada por profissionais brilhantes mas somente sob o aspecto contábil e financeiro e normalmente com pouco visão e experiência operacional do negócio.
Dessa forma operações que parecem favoráveis no universo das planilhas de excel, podem não contemplar a dinâmica da empresa com relação ao modelo de gestão, pessoas, processos, tecnologias, cadeias de suprimentos e mercado competitivo, dentro outros aspectos.
Muitas questões podem estar escondidas entre os números apresentados e por isso propomos 3 etapas, fora das planilhas, para assegurarmos uma maior sinergia aos projetos de M&A:
1- Entender as particularidades de cada negócio e mercado e assim, mergulhar na operação para buscarmos as verdades ocultas sobre seus resultados ou as relações de causas e efeitos que não encontramos nas análises numéricas.
Como por isso em prática? Trabalhando com profissionais que conhecem o mercado da empresa e sabendo fazer as perguntas certas sobre cada ponto de desvio operacional.
2- Identificar, priorizar e implementar um plano de melhorias rápidas para os primeiros 60 a 90 dias objetivando criar valor instantaneamente, transmitindo uma mensagem forte de mudanças e conquistando a mobilização dos gestores internos.
Essas mudanças normalmente são de menor impacto, porém de fácil aplicação e assim começamos a dar uma resposta aos investidores e ao mercado, criando um clima de confiança para o projeto.
3- Desenvolver e alinhar uma estratégia e visão inovadora que transmita o posicionamento competitivo na nova organização.
Isso deve passar a mensagem de uma cultura de melhoria contínua e que permite extrair as competências particulares de cada organização que não estavam visíveis em um primeiro momento.
Conforme as empresas vão se conhecendo, novas combinações e oportunidades devem surgir e não se pode perder a capacidade e extraí-las, maximizando os resultados ao longo de um período maior.
O sucesso dessa etapa está muito associado a uma correta avaliação da equipe de liderança da empresa, que irá dar vida e energia a esse processo contínuo.
Aquisições ou fusões realizadas com base limitada de dados de uma planilha ou em percepções e opiniões operacionais, estão muito vulneráveis ao fracasso.